25 December, 2006

Usando Saltos Altos


Certos fatos são como goles entalados de farinha ao meio-dia. Demora um pouco perceber que o tempo passa, que as coisas mudam, que ainda falta. Horas andando. E olhar em volta traz a sensação do passado de uma só vez. O que estava suspenso arrebenta-se no chão com a força do cimento. Promessa. Enquanto os ponteiros correm, pequenos acontecimentos do coração vem e vão, tão velozes e banais que nem chegam a deixar um gesto em comum, um vício de rotina. Possibilidades fracas esvaem-se como um esbarrão no super mercado, e a sensação que fica é que nunca passaram de um olhar de flerte. Feito brisa ela sopra em meus ouvidos esperanças de sua volta e da nossa "velha-vida-nova", juntas. Em todo aquele silêncio ( que eu sei já não ser mais o mesmo, e acho até interessante), envolvemo-nos numa cadeia tão delicada de trançados que esses meses não desfizeram. Olhares sobre nós dizem que não é certo, que não é justo ou bom.. mas por que não? Não estamos presas, comprometidas com nosso compromisso de ser e estar ela minha e eu dela. Estamos abertas para o que a vida nos trouxer, para os amores que vierem a aparecer... peito aberto para as facas que quiserem nos rasgar. Não exijo dela band-aids, pois quero ver as marcas nas costas, as feridas do que ela viveu. Mas elas não vêm, porque estamos de corpo fechado pra essas maldições. Fechadas em concha, ela n'eu e eu nela. Com poucas palavras que ainda nem sabemos pronunciar, galgamos o tempo rumo ao nosso agora, talvez o nosso para sempre. Sem pressa, sem medos. É nesse esperar desinteressado que eu sigo, arando campos pra podermos pousar, e plantando olhos verdes nos meus sonhos de escritora. Lembrando aquele sol das sete, que só Ela pôde dançar. E a sinfonia que ouvíamos, quando começamos a ser Nós.

20 December, 2006

Congestão


Ligeiramente conturbado. Atribulado. Sobrecarregado,eu diria.


Até mais ver, até mais tempo.