tag:blogger.com,1999:blog-311351192024-03-13T12:08:28.869-07:00rê bordosauma maré em si.Renatahttp://www.blogger.com/profile/10138329498804668123noreply@blogger.comBlogger45125tag:blogger.com,1999:blog-31135119.post-60228492183147881152015-11-18T06:59:00.000-08:002015-11-18T07:00:15.145-08:00castelo lego<h3 class="graf--h3 graf--first" id="bcc1" name="bcc1" style="background-color: white; color: rgba(0, 0, 0, 0.8); font-family: medium-content-sans-serif-font, 'Lucida Grande', 'Lucida Sans Unicode', 'Lucida Sans', Geneva, Verdana, sans-serif; font-size: 36px; letter-spacing: -0.02em; line-height: 1.15; margin: 0px;">
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<div class="graf--p graf-after--h3" id="2677" name="2677" style="background-color: white; color: rgba(0, 0, 0, 0.8); font-family: medium-content-serif-font, Georgia, Cambria, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 21px; letter-spacing: -0.003em; line-height: 1.58; margin-top: 12px;">
Já tem algum tempo que as coisas andam estranhas. Um certo descompasso, dúvidas nunca antes tidas, que de repente viraram assombro. Iniciar uma nova carreira do zero excita e tortura, e, como sempre, entro no redemoinho do “não sou boa em nada”. Tenho tentado fugir dele e me encantar pelo novo, lascar devagarzinho o gesso da rotina que já subia pelas pernas. Às vezes funciona, às vezes não. Mas uma coisa fez pouso nas minhas ideias, e por ali ficou: traçar meu próprio caminho. Ser capaz de me dar satisfação, material ou não.</div>
<div class="graf--p graf-after--p" id="fbb1" name="fbb1" style="background-color: white; color: rgba(0, 0, 0, 0.8); font-family: medium-content-serif-font, Georgia, Cambria, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 21px; letter-spacing: -0.003em; line-height: 1.58; margin-top: 29px;">
Em minha curta vida amorosa, coletei alguns amores-mochila, que se ajustavam às minhas costas e ali ficavam, confortáveis e pesados, felizes em me conceder o manche das chatices da vida. E ali embaixo, eu sorria, cansada e sozinha, reproduzindo o que vi em casa a vida toda, uma mulher sobrecarregada, em silêncio. Mas em algum momento, algo mudou. E esse ‘não querer mais’ trouxe perfumes novos, quiçá mais leves. Um novo amor surge, com uma força masculina real, enérgica e o melhor, independente.</div>
<div class="graf--p graf-after--p" id="c249" name="c249" style="background-color: white; color: rgba(0, 0, 0, 0.8); font-family: medium-content-serif-font, Georgia, Cambria, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 21px; letter-spacing: -0.003em; line-height: 1.58; margin-top: 29px;">
Feliz de não ser mais o burro de carga, me deleito nos prazeres de um estar assim mais leve. E imagino futuros, que bailam vibrantes até esbarrar em um tabu que eu desconhecia: filhos. Mas porque pensar nisso? Eu, seduzida pela minha própria sombra, entrei num embate interno, motivada pelos planos do novo amor (não comigo, pelo menos até agora) de ser o pai do ano. E descubro que, na minhas memórias, a maternidade pesa toneladas. Tentei imaginar a situação, pra ver como eu me sentiria. O que vi foi a mim mesma, impaciente e sufocada, alienada de mim mesma e do mundo, e o pior, completamente sozinha.</div>
<div class="graf--p graf-after--p" id="b443" name="b443" style="background-color: white; color: rgba(0, 0, 0, 0.8); font-family: medium-content-serif-font, Georgia, Cambria, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 21px; letter-spacing: -0.003em; line-height: 1.58; margin-top: 29px;">
Imaginei meu marido, sarado, me deixando meses após o parto, com sua nova namorada, intelectual e viajada, rodando o mundo em passeios divertidos e enriquecedores. E eu, com a criança, tendo aberto mão do meu corpo, de conhecer novos lugares, novas pessoas, despida de minha sexualidade por ser “mãe”, e sempre, sozinha. Pode ser um puta drama de quem não sabe o que tá falando ( na verdade, pode até ser isso), o que me intrigou foi ter visto um cenário tão catastrófico associado a maternidade, zanzando pelo meu inconsciente.</div>
<div class="graf--p graf-after--p" id="b2b9" name="b2b9" style="background-color: white; color: rgba(0, 0, 0, 0.8); font-family: medium-content-serif-font, Georgia, Cambria, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 21px; letter-spacing: -0.003em; line-height: 1.58; margin-top: 29px;">
Me debati com isso por meses (pasme!), até que desisti. Do quê? De chegar em algum lugar, de puxar o fio desse novelo. Afinal, isso pode nem ser necessário. Eu posso nunca ter a necessidade de decidir sobre isso.</div>
<div class="graf--p graf-after--p" id="efdc" name="efdc" style="background-color: white; color: rgba(0, 0, 0, 0.8); font-family: medium-content-serif-font, Georgia, Cambria, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 21px; letter-spacing: -0.003em; line-height: 1.58; margin-top: 29px;">
Guardar a caixinha desta fixação teve um efeito engraçado. Fichas que estavam suspensas, começaram a gotejar, rumo ao chão. Por mais que me ame, ele não pode prometer ficar comigo para sempre, ser sempre meu amor, nessa e em qualquer batalha . Preciso estar inteira e serena em qualquer decisão, grande ou pequena, porque se os caminhos se separarem, terei broncas inteirinhas para chamar de minhas. Pensar nisso me levou a entender que eu posso não fazer parte do futuro dele, por outros amores ou até por outros planos, que não contem comigo assim como eu contava com ele. Ou talvez o futuro dele não seja o futuro que quero pra mim, porque não? Vai saber… Aos poucos, me lembro que preciso construir meu caminho, minha carreira, minha prosperidade, eu mesma. Preciso ser capaz de construí-la com minhas mãos, pois posso ter que andar sozinha, por muito tempo ainda.</div>
<div class="graf--p graf-after--p graf--last" id="2459" name="2459" style="background-color: white; color: rgba(0, 0, 0, 0.8); font-family: medium-content-serif-font, Georgia, Cambria, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 21px; letter-spacing: -0.003em; line-height: 1.58; margin-top: 29px;">
Aos poucos, descolo meu futuro da possibilidade dele, e tento engatar sonhos e planos para mim, por mim. Eu sei, é uma daquelas frases feitas que a gente diz pra amigas chorosas, com tons de obviedade. Mas quando se está entregue a amar alguém, não é nada óbvio, ou simplesmente a gente pode perder a mão. Eu quero esta força, de seguir sozinha e determinada. Quero achá-la de volta, porque ela já morou em mim tempos atrás. Vasculho minhas florestas, procurando vestígios, e pergunto: Cadê ela? Foi viajar. Mas deixou um bilhete na porta, escrito “Volto já”. Pode sorrir e continue a andar.</div>
Renatahttp://www.blogger.com/profile/10138329498804668123noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31135119.post-86765437748196802872011-09-26T07:29:00.000-07:002011-09-29T14:57:55.828-07:00t.R.I.P.<div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoFa-1vpgtAAVEw_2I7Oc5i4Ige95-c81O4OShiQPhK7anL9wj-AIt5N2-ZvBJtgsuVE5CwlOOQTpQK443El6ggR75EtV1spGMdCyw0wR3dMuPl8cOrUX_GRor9DCCcG9pDvIq/s1600/caverna-buceta.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoFa-1vpgtAAVEw_2I7Oc5i4Ige95-c81O4OShiQPhK7anL9wj-AIt5N2-ZvBJtgsuVE5CwlOOQTpQK443El6ggR75EtV1spGMdCyw0wR3dMuPl8cOrUX_GRor9DCCcG9pDvIq/s320/caverna-buceta.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5656699883946815106" border="0" /></a><br /><div style="text-align: center;"><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div>Faltei o trabalho, sujei toda a louça, o relógio que pare. Minha cabeça dá voltas e voltas tentando segurar as pontas e tomar idéia de tudo que passa. O quimo de feridas velhas se confunde com a folhagem do novo; fortes e inesperadas luzes palpitam por todos os lados. Do ventre da terra, o corpo no mundo. Ele, ele, ele, e todos os seus pedaços. O que ele jorra pra fora, o que ele sangra pra dentro. Desmatar-se e enxergar a crueldade que me habita, mas que não me pertence, falada e cuspida em vozes que se camuflam de minhas, mas não o são. Me olho, e vejo uma mulher cohabitada de pontiagudos, de violências que engoli e transformei no meu modo de falar comigo, sempre na base do tapa. Até que o pior aconteceu e eu passei a aceitar a violência como parte da vida. E me moldei passível e inerte, acolhendo os estranhamentos como algo que eu merecia, por ser assim. Assim como? E eu chorava. Mas assim como? E eu engolia. O tempo passou, eu me distraí com outros brinquedos divertidos, que se equilibravam feridosamente em cima das lanças dessa infância, que tinha poeira e roupas por cima, mas que continuava lá, estáquica. De uns tempos pra cá, a vida em si começou a afiar essa ponta, a me cutucar o espírito pedindo medidas, sacudindo-me desse cinza. Novamente, fui conduzida a um extremo de tristeza e descrença, e só nesse raso eu consegui enxergar e assumir essa múmia , que eu silenciosamente alimentava, crente dela. Sucessões de fatos e pessoas foram brotando, dos chãos e das paredes, com tantas e novas cores, sem limites nem bordas. Ondina, fui me deixando bailar, encantada desses mundos além, onde amar não é medo, o toque é um continente e o carinho um alimento. Ah que beleza mais linda! Eu te toco, tu me abraça,eu me aninho e nós dormimos abertos e nus, destemidos dos sentimentos, banhados nesse abraço coletivo, enamorados sem pavor e sem vergonha. O pudor não me assusta, a moralidade não me é um muro. Mas as estacas.... ah as estacas. Elas sim. Submergiram milenares em suas falsas verdades, prendendo minha atenção novamente no meu corpo. Meu. Corpo. Esse monte de tripas momentâneas que vai tão além dos limites sanguíneos. Andei, andei até onde eu pude, e me entreguei ao final de tudo, cansada, chorosa, esvaída, mas feliz. Andei até onde minhas longas pernas de agora me permitiram, e muito em breve essas mesmas pernas correrão junto do meu lúdico , que quer se jogar nos braços mil dos andróginos que somos. O aprendizado que é a libertação da memória. Olho para os lados e minhas lavandas dançam na janela, a cada brisa que chega. Manjericãos em flor e o Sol. Chegou a Primavera-de-mim, e eu brindo a ela sorrindo nosso suspiro, mostrando os dentes que já não são só meus, mas da boca do nosso amor,pelado das propostas. A Revolução de amar assim, Libertado.</div>Renatahttp://www.blogger.com/profile/10138329498804668123noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-31135119.post-45052805111650608022011-08-02T04:10:00.000-07:002015-01-19T08:00:59.355-08:00trâmo<div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBdYsePHjlL0ymvI5DtfTdk33-ufvPfPKdSvInqnVd99DZJ997j7JqmWe-LrzHQLdgYsCVoOXTswsMHM-RHFDq6B8fEi0Ark5DdwaBQR2Z6NI1ZOrEtPtzoQIjaD8Il9buNHmd/s1600/canion03.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img alt="" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBdYsePHjlL0ymvI5DtfTdk33-ufvPfPKdSvInqnVd99DZJ997j7JqmWe-LrzHQLdgYsCVoOXTswsMHM-RHFDq6B8fEi0Ark5DdwaBQR2Z6NI1ZOrEtPtzoQIjaD8Il9buNHmd/s320/canion03.jpg" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5636241257020374978" style="cursor: hand; cursor: pointer; display: block; height: 240px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 320px;" /></a><br />
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Em meu corpo-cidade habitam homens, mulheres, crianças, passarinhos. Bailam todas as plantas que nasceram e nasceriam neste corpo que é palco! Nele, se sorri por nada e nunca se sai de cena. Nele, cirandam os homens que cravaram bandeiras no meu ventre e partiram; Cirandam mulheres, com dedos finos e vozes altas. Correm por minhas costas barulhentas e coloridas os filhos que não tive, as crianças pé-sujo das risadas fartas e bolas perdidas. Em meu ombro, uma casinha amarela com um pé de jambo, onde mora meu pai e seus cigarros, mamãe e seus silêncios. Uma casinha de panelas ao chão e tangos ao alto. E tudo isso que em mim reside é leve, é parte. E eu, que encontrei tanto amor, tanto sorriso de graça, chorei de saudade. De cada um que esbarrei, ganhei presentes, troquei partes. A vida corria livre,despenteada. À esses dias, eu rendo meu corpo, dou minha beleza maior. A pureza de estarmos juntos, livres, de sermos tão delicados em nossos elos. E vieste, pálido e alto. Vieste, ruiva e fogo. E esses dias tão intensos agora se confundem com as pernas de São Paulo, tão estampadas e brilhantes, com longos calcanhares de cimento e trânsito. Um momento, eu preciso de ar fresco. Pra entender onde estou e o quê de mim foi feito. Enquanto isso, rios se encontram, carros se aglutinam sob o farol, o tempo fita. Libertando, libertemos.Renatahttp://www.blogger.com/profile/10138329498804668123noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31135119.post-47539324329050419772011-05-18T17:12:00.000-07:002011-05-18T17:42:18.795-07:00sueño<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhhmd_e3P1a3usUizeMOsmRcUwzY1Yixs0HfMRe9ItQhpvCvmvgQoMlXlCwMwT7t6SYitNAGlvwK-3to-Wg3_xKqEg2Vma1tDA-uGT-ZzmwDK2mtFdQNrf57aocqx5dXeuvXqZ/s1600/lesb02.JPG" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 74px; height: 91px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhhmd_e3P1a3usUizeMOsmRcUwzY1Yixs0HfMRe9ItQhpvCvmvgQoMlXlCwMwT7t6SYitNAGlvwK-3to-Wg3_xKqEg2Vma1tDA-uGT-ZzmwDK2mtFdQNrf57aocqx5dXeuvXqZ/s320/lesb02.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5608221054611528946" /></a><br />As pontas dos dedos escapam nas tuas tantas peles e se rumam às tuas curvas, de um jeito demente e saudoso que eu só mesmo lembro. O topo dos teus seios, as nuances das tuas coxas, todo o conjunto de sutileza que teu corpo cultiva por vezes me rebenta de saudades, de almejos de estar outra vez por estes mesmos espaços. Eu habito teu beijo a cada nova semana, enquanto a TV te parece cada vez mais sem sentido. Tu desliza o xadrez da minha camisa enquanto faço compras pro jantar de sexta. Busco tuas pistas nos olhares perdidos de moças que nem sequer me olham, salivo teus ombros no intervalo de um filme qualquer. Tu não existe, mas estás de forma tão castanha e acinturada na minha sala que parece ser romance na madrugada.<div> Cheiro doces, pele finas, pulsos fracos. Me faz falta te reclamar cuidado, te romper os zelos com minha força bruta. Me dão saudades as finuras, me lamentam as finezas. Voltem, queridas, que eu as sigo todo o sempre, no rebolado das escadas, nos abraços de corredor. Nosso sexo pinta paredes enquanto morrem as horas. Até breve? Até quando. </div>Renatahttp://www.blogger.com/profile/10138329498804668123noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-31135119.post-87376931237996340822011-02-13T15:44:00.000-08:002011-02-17T02:58:23.672-08:00Um suspiro<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtaJ2JEmZeOyplRuS0158R6p9w_41sKtnK3N1ZBCN_k6rMmdmUMy00tOKudRRDnyLMCqCeRYfP2fmW8BAD1ct_ioXV7EqXXhbOblkmJmj89Yladr50Y0QlWPBwvYYPBPnCp06V/s1600/libelula+acasalamenti.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 214px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtaJ2JEmZeOyplRuS0158R6p9w_41sKtnK3N1ZBCN_k6rMmdmUMy00tOKudRRDnyLMCqCeRYfP2fmW8BAD1ct_ioXV7EqXXhbOblkmJmj89Yladr50Y0QlWPBwvYYPBPnCp06V/s320/libelula+acasalamenti.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5573336177535829954" /></a><br /><div><br /></div><div><br /></div>Quem me conhece sabe o quanto as libélulas me são sagradas. Aliás, nem precisa me conhecer, basta olhar pra elas para sentir o vestígio de divino enlaçando aquelas quatro asas... Sua simples presença já para o tempo, prende a atenção e inicia uma viagem onde buscamos despertares internos para serem ritualizados naquele momento. De tão sublimes, tiram pra dançar o que guardamos no peito e vão embora. Por isto, um motivo mais do que justo, considero de um auspício incalculável recebê-las em minha casa (corpo) no momento de sua morte. Me sinto honrada com o que é para mim uma demonstração de confiança, de entrega a compaixão, ao desconhecido conhecido que existe em todos nós. A primeira vez que nos falamos foi a três anos atrás, quando eu morava ainda no Sul. Estavámos na Olga, nossa casa-mulher, e uma euforia inesperada do nosso gato me chamou a atenção. Ao chegar mais perto, me dei conta de que o brinquedo que o entretinha era uma libélula, marrom, linda, ofegante.Afastei o gato dali e fiquei com ela na mão, esperando que seu susto passasse e ela fosse embora, como é da natureza da beleza. Mas ela andou uns passitos, naquele andado de vento beijado que os insetos tem, ficou ali por mais uma hora e morreu. Naquele exato instante, em que nós virávamos uma, eu pude quase escutar o que ela me dizia, a afeição calada que ela me dedicava, e agradeci. Ali mesmo, casei. Essa libélula ficou marcada em mim e na minha pele como o meu mais secreto e visível segredo. Algo de mágico irrompeu-se nesse dia, pois de tempos em tempos o Cosmos me presenteia com insetos, desfalecentes ou falecidos, na palma da mão. É engraçado isso, me pergunto se eu sou uma pessoa que atrai insetos moribundos ou se é porque eu os percebo. De nada adianta saber, para mim eles são a mais nobre estirpe de mensageiros, trazendo calados os recados mais enovelados da minha alma por completo. Descobri que quando uma borboleta morre, todo o corpo é devorado pelas formigas, menos as asas. E uma delas se enfiou embaixo do meu sofá e lá ficou, até o dia da faxina onde encontrei um par de asas negras com rosa flutuando terra abaixo. Nesse dia, descobri que o que é ilusório se deteriora, que a beleza espiritual construída por cada um de nós segue além. Sorte grande, aí tem Coisa de Deus no meio... E Ele sabe ser doce, ser poetinha com as palavras e seres, traçar mapas do tesouro onde o fim e o começo dão em um mesmo lugar, mas tão diferentes.<div>E a cada grande início, a cada passo firme,elas vem me anunciar as boas novas, vem lustrar o que brilha e pintar meu rosto com o vermelho da certeza. Hoje conheci mais uma libélula, grande,dourada, morreu abrindo as asas para dar um grande vôo, talvez o maior de sua vida. Bem de frente à mim, aos meus pés, na porta da clínica onde eu adentraria para iniciar o movimento mais inesperado dos últimos dias, pairava uma alegria contida, um rubor que passeia em meu rosto desde que a paixão chegou. Colhi essa menina com a delicadeza de quem vê um anjo, mil vezes agradeci. Ela está aqui comigo, e assim ficará por muito tempo. Agora é hora, mama, vou voar, e já volto.</div>Renatahttp://www.blogger.com/profile/10138329498804668123noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-31135119.post-48294679403558970062011-01-20T15:09:00.000-08:002011-01-20T15:32:44.686-08:00reimando<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgX5x6AYHZe00h7U_DPhcF-NWJRaqFrQwrI3SbU9xmx_y5f4YJSAi_g1xYhAZtcI8-ezcMtoGLPNmVB29Jdrstc2oTRuSU72ZrU3EdOh3WiHefRIXJ-EyquP3k60Qlg0r9ayJDt/s1600/cair+da+noite.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 240px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5564414300054748530" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgX5x6AYHZe00h7U_DPhcF-NWJRaqFrQwrI3SbU9xmx_y5f4YJSAi_g1xYhAZtcI8-ezcMtoGLPNmVB29Jdrstc2oTRuSU72ZrU3EdOh3WiHefRIXJ-EyquP3k60Qlg0r9ayJDt/s320/cair+da+noite.jpg" /></a><br /><div></div><br /><div></div><br /><div>Escutando Sinatra, recordo toda a pompa que meu pai idolatrava ouvir em uma música. Uma voz grave, sinfonias e um piano empostado. Os ritmos de se dançar de par que tanto o agradavam. Bate uma saudade de ouvi-lo aumentar desconcertantemente a vitrola até seu Julio Iglesias gritar. Daquele espirro estrondoso que assustava os despreparados e das doses extras de força que fazia para realizar cada mínima tarefa diária. Assim como o esvaecer da força sobrehumana que fez para manter-se vivo até a noite de ontem, as 22h. Era verdade, tudo era verdade, meu Deus, as frases que habitavam minha cabeça sobre o que eu acredito, descubro-as encabulada habitando meu coração de forma tão profunda que me surpreende. Sinto a pele fria da minha dúvida ir embora junto ao caixão que se fecha, pás de terra sendo jogadas em cima de minha própria incerteza. Algumas lágrimas rolaram, muitos sorrisos saltaram. Meu Homem se foi, mas me habita. Minha Mulher acorda, mas ela sempre esteve aqui. E amanhã o sol nascerá distinto, sendo tão eternamente o mesmo, depois desta feliz Lua Cheia de Sagitário, limpando navegosa os excessos de sofrer. Obrigada.</div>Renatahttp://www.blogger.com/profile/10138329498804668123noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-31135119.post-17370958714224299292011-01-19T04:33:00.000-08:002015-01-19T07:38:48.861-08:00Reifardo<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqvwka1X7ctMcwbWQD99JrI1gWPMm0frG4WbJqH_Z_4JbYLQ1ClEwncihyphenhyphenRHNfidIphsc09fEvDk-boVycXlycsfoNaRra2AD2pJBjctL7iWN-NX-CUXbzKTUqbp_Qf__BqS0l/s1600/mar-ao-anoitecer-71013.jpg"><img alt="" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqvwka1X7ctMcwbWQD99JrI1gWPMm0frG4WbJqH_Z_4JbYLQ1ClEwncihyphenhyphenRHNfidIphsc09fEvDk-boVycXlycsfoNaRra2AD2pJBjctL7iWN-NX-CUXbzKTUqbp_Qf__BqS0l/s320/mar-ao-anoitecer-71013.jpg" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5563882322002757842" style="cursor: hand; display: block; height: 240px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 320px;" /></a><br />
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Ao chegar em minha terra, sob circunstâncias tão específicas, senti o calor me pesar na cabeça como se fossem 30 sóis. Em menos de 02 dias, a saúde de meu pai declinou de tal maneira que todo minuto parecia ser O Minuto. No mesmo dia fui ao hospital, de branco no corpo e amarelo na alma, ver com meus olhos aquele que me chamava. E quem vi foi um homem magérrimo, de ossos incrivelmente expostos, pele seca e manchas de sangue coagulado pelos braços, rosto caveiroso e olhos tão fundos, perdidos em espasmos e viagens de morfina. Engolindo seco, peguei sua mão e massageei-lhe a testa e o peito; com tantos ossos do seu esterno em meus dedos, mirei sua íris acinzentada e desabei num soluço que não pude segurar, nem queria. Era ele, era a Hora. </div>
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Ao choque do primeiro momento, amanhecia o dia quando soube que amigos se encontrariam para meditar, e resolvi ir. Algo me dizia que indo até lá, eu ajudaria mais meu pai do que estando com ele fisicamente.<br />
Após todos os saludos, inicia-se a Viagem. E nos meandros escuros dos meus pensamentos, vejo meu pai, que dorme e sorri o sorriso desdentado,como o que me dava todos os dias pela manhã. E então ecoa..<br />
<br />
Rena, eu tou tão cansado...<br />
<br /></div>
<div>
Ecoa.<br />
<br />
Pois vai...</div>
<div>
<br />
É.... acho que eu vou... <br />
<br /></div>
<div>
Horas mais tarde, no hospital, um sorriso brota em meio às alucinações, pela primeira vez em meses. Percebo que aquele sorriso nos agradecia.. "Ei, que bom te ver", e colocamos nossas mãos no coração, e num abraço, repito: "pois vai". Um toc-toc leve atrás de mim, meu irmão chama. Talvez não passe dessa noite. E finalmente entendi. Pois vai.. acho que é Agora.</div>
Renatahttp://www.blogger.com/profile/10138329498804668123noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-31135119.post-19314231043192357072011-01-09T07:37:00.001-08:002011-01-09T08:34:19.126-08:00Rei De Mim<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZUB0kHaZORcrhZtJNThq9Y2EdNnGkOsNsmigmNnXtp6on_Yj5B1uQDl-kbiyfgnXgnIckBDSWmltcn2U54tHuvxi2FcWk8Yl6j40WiX-WiIJQ0E0HwsTPLGhG3r2SIyq5BVWU/s1600/pordosol.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5560225294078344690" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 240px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZUB0kHaZORcrhZtJNThq9Y2EdNnGkOsNsmigmNnXtp6on_Yj5B1uQDl-kbiyfgnXgnIckBDSWmltcn2U54tHuvxi2FcWk8Yl6j40WiX-WiIJQ0E0HwsTPLGhG3r2SIyq5BVWU/s320/pordosol.bmp" border="0" /></a><br /><div>Apó um ano de muitas mudanças, geográficas e mentais, onde minhas formas de ver e limites foram levados até o limite ( será?), retorno a São Paulo repensando a vida como um todo, e percebo quaté então eu não a via como um todo, mas sim como fragmentos orbitando sob a mesma Certidão de Nascimento. Finco pés em solo decidida a conduzir todos os caminhos para rumo do meu bem quisto, com uma grande luz brilhando em cima da minha "qualidade de vida", que foi o titulo que dei ao que buscava nesse primeiro momento. Observei que quase tudo que eu vivia era tão sintético e distante de quem eu sabia minimamente que residia dentro de mim. E eu desejei, fortemente, que mnha vida mudasse. Dias foram dados e meu pedido foi atendido, e eu me assustei. Iniciou-se a fase mais louca e bailante da minha vida, onde meus dias eram danças de véu de muitas surpresas e loucas decisões-de-05-minutos. Perdi a casa, o emprego, a paciência. Decidi me despir, naquele momento de fogueira, de tudo que eu estava somente suportando, atirei as cucuias tudo que não me soava agradável. Percebo agora que algo se repete em minha vida, algo que a vida quer me mostrar e eu nunca a percebo, ou a percebo por alguns instantes e me esqueço de novo: A minha forma totali e solitária de conduzir as decisões mais sérias da minha vida. Mas, percebo agora um outro lado disso tudo qu eu mais uma vez não tinha percebido antes: que na verdade eu sou enormemente dependente de todo mundo à minha volta. Percebo que as frases que direcionei ultimamente à meu pai, como a grande descoberta que eu fiz acerca da personalidade dele é, mais uma vez, uma percepção acerca da minha própria. Eu sou exatamente assim. Refletindo agora, eu percebo que eu não compro uma batedeira sem consultar ao Jackson, que eu não boto um pé pra fora de casa sem ligar pa minha mãe e para a minha irmã e saber o que elas acham. Percebo que, durante todo esse tempo, circulou pelo meu ego a mensagem da minha super independência e do quão forte e destemida eu era, quando na verdade as qualidades que me cabem tem outros nomes, que não forte e destemida. Impetuosa, Impulsiva, talvez. Mas na verdade, eu percebo que eu esperneio, que eu choro e grito quando não sei o que fazer, quando meu corpo esá indo para um limite que eu desconheço. Eu tenho muitos medos. E eu ,na verdade, preciso sim ser ajudada, preciso ouvir conselhos, fico sem saber para onde ir e tem dias em que tudo que eu quero é um colo. Eu descubro dia após dia que eu não sou uma fortaleza, essa parede que eu aprendi a fingir ser pelas experiências que eu tive na minha vida. Eu sou uma menina. Menina. E a descoberta da minha energia feminina foi um outro vórtice na minha novela, porque eu até então não tinha dado conta de que sim, eu a portava. Percebo, no meio desse sofrimento que eu vivencio agora e desse novo fato tamásico que é estado grave de saúde de meu pai, que ele mais uma vez me ensinou quem eu sou. Através dele, e do que ele tem de insuportável, minha sensibilidade vinda da energia feminina se apercebeu do que nos conecta, do porque esse jeito de ele ser me incomodava tão profundamente. Ele era Eu. E ele sempre será eu, pois eu sempre carregarei em mim uma parte do que ele é, está aqui, entranhado na minha carne e na minha alma a diluição da alma dele. Esse foi o presente que Ele e minha mãe me deram, muito antes de me darem a vida. Antes desse mínimo momento onde o embrião nasce, os corpos doara suas energias com toda sua história dentro delas. E eis que eu brotei. Tudo isso é um tapa na cara da minha arrogância, isso vai contra tudo que eu senti a vida toda, eu que me achava injustiçada, incompreendida, destemida e bruta. E eu, mentalizando e raconalizando tudo, me caio em prantos pensando sobre a minha própria fraqueza, sobre o meu Grande Referencial na Vida que agora mesmo tão calado me ensinou outra vez. Lembro do choque que eu tive quando o vi daquele jeito, cheio de tubos, pálido, calado e com um olhar tão perdido, largado numa cama de hospital esperando a morte chegar. Eu procurei nos fiapos daquele olhar o homem que eu conheci, com quem eu me digladiei a vida inteira, lutando pelo meu próprio espaço, aquele homem que era tão Eu. O que eu encontrei foi um homem que cansou. Um homem que se deu por satisfeito e agora só aguarda. Não saberei jamais o que se passa na cabeça dele, ao perceber que a própria vida está prestes a se findar. Sua voz não fala mais, seus olhos também não. E dentro daquela entrega, eu encarei o próprio silêncio em mim. Afinal de contas, o que sou eu diante da imensidão da Vida? Eu sou uma parte, que se esquece de si e do todoe leva os encaixes tão a sério em sua geometria que não me animo com o encaixe em si. Percebo-me perdida, talvez ainda tentando achar por mim mesma, sem a loucura dominadora do meu pai que me encaminhava às respostas. Agora sou Eu, inteiramente, que devo aliar minha mente e meu coração para prestar essa reverência última ao Homem que eu mais amei. Quero sentir com o meu centro o que navega nas minhas idéias sobre morte, e acalmar esse choro desacalentado que se instalou por esses dias. Meu Eu Essencial sabe que ele cumpriu sua missão, que tudo é fruto de suas escolhas, que cada ser tem seu plano divino traçado e suas dificuldades a serem superadas durante a vida. Mas o Ego diz "Nãaaaaaaaao, não quero, não posso, pra quê?", que na verdade significa " Eu não pedi por isso, isto independe de mim, Eu não posso fazer nada contra isso". E não posso mesmo. Porque isso é da Saga Divina, dos Planos do Supremo. Eu em nada interfiro, eu, como filha, de meu pai físico e de meu pai espiritual, só posso seguir nessa vida, contemplando os brotos de tudo que desabrochará em amor e reverenciando à sabedoria do que rege o Todo. Somos partes, desse Todo. E nosso Grande Maestro conduz a finitude de um aspecto que não é a finitude eterna. Até porque o eterno não tem começo nem fim. Ele simplesmente existe.</div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div>Que o Amor se expanda em nossos corações e que abracemos as sementes dos novos bem querer.</div>Renatahttp://www.blogger.com/profile/10138329498804668123noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-31135119.post-13207064038163816942010-04-21T15:10:00.000-07:002010-04-21T15:27:31.047-07:00Permitão<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAw6JGOQzT3-SSYgVyc-ykFDBB2gzt0GEirY1wbqHVfzPNc0UpTuDBQR9Xlj-HmbNphzxwq72Kg16ks7Xz5wXiGA6GadjIaYaeTFEeG3UvuLT9xzKAlQmaY7OcpAgfCIlatglw/s1600/filtro_placa.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 240px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAw6JGOQzT3-SSYgVyc-ykFDBB2gzt0GEirY1wbqHVfzPNc0UpTuDBQR9Xlj-HmbNphzxwq72Kg16ks7Xz5wXiGA6GadjIaYaeTFEeG3UvuLT9xzKAlQmaY7OcpAgfCIlatglw/s320/filtro_placa.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5462720983320201570" /></a><br /><span class="Apple-style-span" style=" color: rgb(68, 68, 68); font-family:'Segoe UI', Tahoma, Verdana, Arial, sans-serif;font-size:13px;"><br /><span class="ecxecxApple-style-span" style=" color: rgb(68, 68, 68); font-family:'Segoe UI', Tahoma, Verdana, Arial, sans-serif;">Cara, preciso contar uma coisa pra vocês. Dividir a experiência de um momentinho que gerou um movimentão. Esse fim de semana fui pro curso de ecoconstruções, no Ipema, em Ubatuba,uma cidade de SP. Assim que fiquei sabendo do curso,me encantei e quis muito ir, então me matriculei e fiquei no aguardo. Divulguei pra todo mundo que eu conhecia, tentando arranjar amigos pra ir comigo, não queria ir sozinha. Quase amarrei a Mari Kuroyama pra ir junto,mas ela desistiu. Putz, não arrumei ninguém. Bom, vamo-nos, sozinha mesmo. Não sei se por tranquilidade interna ou se por bom efeito do tratamento pra ansiedade que venho fazendo com a plantinha hipérica, não explodi de ânsias de dar errado e de me implodir de mini idéias. Arrumei as coisas em cima da hora e simplesmente fui.<br />Na hora de sair de casa, dei uma vacilada, fiquei meio ansiosa, e o Fred foi me deixar na estação, ele ia atá a rodoviária comigo. Chegando na roleta, eu passo, e meu bilhete único zerou justo na hora em que ele ia passar. Ele olha pra mim e fala: "Vai gata,arrasa!" ...Cara, naquele momento, eu pensei na hora: Bicho,isso é Deus dizendo: Vai sozinha,desamarra, tu consegue ué!Abri o peito e falei, que venha! Se der errado alguma coisa,eu dou um jeito. Se precisar de grana a mais, saco do cheque e depois eu vejo. Eu acalmei a mim mesma numa manha materna maneira.. e segui. E seguiu tudo acontecendo tão sincronizado, tão belo e natural, que eu sorri pro mundo. De verdade. Ternura. Eu tinha que chegar em 40 minutos, cheguei em 35. Comprei a última passagem do último ônibus pra Ubatuba. E fui. Sentada no ônibus, vejo uma negra linda, alta, com aqueles cabelos de mundo todo que só os raízes tem. Viemos conversando, nem sentindo o engarrafamento absurdo que tomava conta das saídas de São Paulo. Tanto que chegamos em nosso destino atrasadas em 3 horas, o ônibus pra eu ir pro Ipema já não passava mais naquele dia. E aquele anjo, aquela beleza linda marrom dourada, me chama pra dormir na casa dela, e pegar o ônibus no outro dia. Cara, caiu do céu! Eu ia ficar na friaca da rodoviária, e Deus me deu de presente uma pessoa boa pra me acolher,assim, de graça! E ainda era num sítio, onde ela morava...cheio de plantas,e mãezitas e apelidos de infância. Dia seguinte, me despeço daquele amor e vou pro meu rumo. Descendo do ônibus, tu faz uma pequena trilha pra chegar até o local, e lá eu fui pra um dos melhores fins de semana da minha vida paulista.<br />O curso foi fantástico, sobre paredes de pau a pique, cob e cordwood. Cara, vivenciar a permacultura, amplamente, 24hrs por dia,sabe o que é isso? É tu construir tua casa,captar a água da chuva que desce pela tua torneira, é tu fazer xixi no teu banheiro seco, olhando pra uma floresta toda viva, toda se mexendo, toda coexistindo contigo. É tu ver uma aranha passando teu lado e nem a confiança pra ti, porque ela não quer te machucar. Ela só ataca porque ela se defende,quando a gente invade o território dela, ou quando a gente anda por aí sem pensar que existem vidinhas que a gente pode esmagar com nosso pezão gigante. Cara,tu sabe que beleza tu fazer teu primeiro pipi do dia ouvindo um monte de pássaro cantando no barulho das folhagens? Magical.<br />Contemplação. Plena. De tudo e de todos. Falar pra quê, eu tava absorvendo tanta coisa que eu não queria fazer mais nada além de. E tinha também uma cachoeira. Pequena,carinhosa,sereia. No refeitório,comidinhas colhidas de lá mesmo, ou trocadas entre o Instituto e os quilombolas que moram ao lado, resistentes e descendentes diretos dos escravosnegodanadobesourofugido,de feitores e troncos, há quatro séculos atrás.<br />As Crianças, ah sempre elas, enchendo nossos olhos de esperança. Tinham gêmeas,Maori e Mahi-Rá, gritando fiiiiiiino que nem garoa. Tinha,como sempre, o filho alheio que me cativou no coração. Como sempre,os meninos. O nome dele é Itaipu, e ele tinha tanta vida, tanta força, tanta expressão, que o corpinho de 6 anos dele não cabia tudo aquilo, e ele explodia numa chuva de carinhas emotivas pra cada pequena frase que ele dizia, um encanto de ouvir e olhar!<br />Lá onde eu estava não existia remédio,porque não existia ansiedade, era outro tempo, éramos nós e Ele. Cada um se observando, se cuidando;cada um no seu tempo particular e global. Canção do Universo.<br />Na hora de voltar, senti de pouquinho a cidade voltando em mim. Meu Deus o horario do ônibus o engarrafamento trabalho amanhã meu deus meu Deeus! E fui ficando ansiosa,com medo de perder. Saí correndo, vim de bikini molhado e tudo,veículo adentro. Hoooras se passaram, esfriava lá fora e lá dentro. Desci finalmente quase dez da noite, e rumei pra casa. Fui direto dormir pra acordar SãoPaula novamente. Acabei catando um resfriado, que a ansiedade me deu de presente de boas vindas.<br />Mas sabe, eu peguei um baita respiro, nessa viagem. Não vou mentir,acho que Poa me deixou com um pouco de medo de ficar sozinha. Acho que traumatizou um pouquinho,sabe? Que nem quando tu olha para aquela vodka barata que tu vomitou horrores há meses atrás, num arrepio de sai daqui. E eu entendi porque essa sensação ficou tão forte em mim...porque eu me apeguei demais a idéia da minha própria solidão, acho até que eu tive pena de mim por um certo tempo, que eu me superprotegifilhaúnica. E numa descoberta muito da surpreendente, eu lembrei que eu consigo, eu sempre consegui, eu só tinha parado de tentar. Sabe como é, a venda dormiu nos olhos e eu tinha esquecido de percebê-la.Mas agora,que eu toquei nela novamente, renasce uma baita vontade de estrada, de estrada forte, longa e inesperada. Bah mas que desejo de sair por aí, Minha América Latina,minha veia aberta. Mas deixa estar, vamo sossegar que o plasma dos sonhos de modelar sempre tomam forma por si mesmos. O Tempo e o Universo dançam um afoxé só deles, bem pegado,bem marcado. Que é pra gente só entrar na roda, ferver a saia e nunca mais esquecer de chorar, alegre e pulando dos carnavais que ainda nem vieram mas que sempre chegam,onde houver música e vontade de festejar.</span></span>Renatahttp://www.blogger.com/profile/10138329498804668123noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-31135119.post-7197316174219075372010-03-09T16:49:00.000-08:002010-03-09T16:52:03.045-08:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgi0QZLWVtqC-mxeVZ4ZVIA-2SFcmuOAoisWKyv8Obi2Hv8RL0COyXjphQftiOlSZpAqhtWFE405luu828XME8dNI9bG3vBMaIxty5QXLsacceZxY4mF2F4YI5qR7VOU-7O4aZD/s1600-h/colibri_01.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5446800907297992098" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 236px; CURSOR: hand; HEIGHT: 195px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgi0QZLWVtqC-mxeVZ4ZVIA-2SFcmuOAoisWKyv8Obi2Hv8RL0COyXjphQftiOlSZpAqhtWFE405luu828XME8dNI9bG3vBMaIxty5QXLsacceZxY4mF2F4YI5qR7VOU-7O4aZD/s320/colibri_01.jpg" border="0" /></a><br /><div>Ardendo,derretendo e meltando sublime. Balé das águas de dentro e o desejo de fontifiquemos. Falar pra quê, que jorre.</div>Renatahttp://www.blogger.com/profile/10138329498804668123noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-31135119.post-66959895033195418392010-02-27T16:21:00.000-08:002010-02-27T16:31:53.538-08:00pontinho de luz.<div><br /></div><div><br /></div><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh21ZJ1vIyu0IjoJThDU9SnXTvGynodaMMMdjx4aSPtMjVHlFin-mNGtf_U5TBi3Afbr4rPoq4Q0bSi3A9wDdpK8pkyDC3JlIo63HWtzFix0VzX7h2fQWcF9wGh6ZnkOhevh7BU/s1600-h/girassol_984_1600x1200.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh21ZJ1vIyu0IjoJThDU9SnXTvGynodaMMMdjx4aSPtMjVHlFin-mNGtf_U5TBi3Afbr4rPoq4Q0bSi3A9wDdpK8pkyDC3JlIo63HWtzFix0VzX7h2fQWcF9wGh6ZnkOhevh7BU/s320/girassol_984_1600x1200.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5443084876296707538" /></a><br /><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>Dias intensos de muitas curvas, intuitos e despretensões que jogaram chão abaixo todas as roupas que meu corpo e alma pudessem vestir. Uma borboletinha pequena fez baila a mim e minhas gigantezas até virarmos poça de cara dura das chuvas de ontem. As asas se foram, mas o bater frenético dos vôos ainda brisa aqui dentro, mente-casa, como se a qualquer hora aquele cheiro de lençol da pele viesse me abraçar de novo.Renatahttp://www.blogger.com/profile/10138329498804668123noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31135119.post-85172264723496666662010-02-19T03:12:00.000-08:002010-02-27T16:31:20.542-08:00Lhenos de mi alma<div><br /></div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsDtWNmbLiJ3ufB-D5FYCznMQ_sxEtDC3nA7BmBRns5ruodoyhCvTcdbBd8qI24Barbj3jNmYcwhxEoLV4nrcT8mK7qs2KETUFZQMhA6Ff5H-crbjgzbER9CuLfUpwF9l6gzVf/s1600-h/lagoa1.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5439911126532266338" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsDtWNmbLiJ3ufB-D5FYCznMQ_sxEtDC3nA7BmBRns5ruodoyhCvTcdbBd8qI24Barbj3jNmYcwhxEoLV4nrcT8mK7qs2KETUFZQMhA6Ff5H-crbjgzbER9CuLfUpwF9l6gzVf/s320/lagoa1.jpg" border="0" /></a><br /><div> </div><div> </div><div>É pra lá que eu vô imbó quando a maré inchê. </div>Renatahttp://www.blogger.com/profile/10138329498804668123noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-31135119.post-25029858591452386462009-12-03T12:03:00.000-08:002009-12-04T04:05:00.402-08:00por meio destaAgora é lei decretada: acabou-se a tristeza. É de capitalidade criminal levar tão a sério o que dói de exagero. Sanciona-se a benfeituria e a leveza peitoral como tarefa obrigatória dos indivíduos concomitantes neste recinto.<br /><br /><br /><br />Ass: A Gerência.Renatahttp://www.blogger.com/profile/10138329498804668123noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-31135119.post-53836116205438393852009-11-01T18:43:00.000-08:002009-11-01T18:58:57.717-08:00meus paraísosDepois de partidos os laços com o lar, nenhuma terra te faz cativa, nenhuma relação é inesgotada. Para os que bailam as pistas, a esperança de uma nova viagem é o alimento do espírito, é o que dá alegria e firmamento pro dormir de cada dia. Eu respiro contente as minhas agruras, minhas lacunas, meus receios; pois eles, em todos os seus jeitos e tranças, compôem a magnitude de minha existência bandida e inexplicável, e me cerca de água quentinha os planos de ir-se novamente. Alguns me dizem fugitiva, outros corajosa. Mas o que eu sou mesmo é uma mulher-cavalo, uma andorinha, uma estabanada. Que meus dias na terra não se morram antes do meu corpo! Que o sangue sujo de galho e feno circule em mim por datas longas! Que a fé resista.<br /><br /><br />Luz aos nossos corações, todos nós.Renatahttp://www.blogger.com/profile/10138329498804668123noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-31135119.post-9578315078024174382009-07-15T13:44:00.000-07:002009-07-15T13:46:21.122-07:00a última página.<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHoE0gcVt37n5f4dhc8VWvybXYzB9PC9KOxVjGoQ57-1xA5-lNatp-r4DdEjXTXaM6hbf3FqXRQ-WdRqBDUam5JjqQtWCFSCiLiiJ41n4AgakpSrX20rxUd0YqZFdj3J4jd-zS/s1600-h/Rebenta%C3%A7%C3%A3o.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHoE0gcVt37n5f4dhc8VWvybXYzB9PC9KOxVjGoQ57-1xA5-lNatp-r4DdEjXTXaM6hbf3FqXRQ-WdRqBDUam5JjqQtWCFSCiLiiJ41n4AgakpSrX20rxUd0YqZFdj3J4jd-zS/s320/Rebenta%C3%A7%C3%A3o.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5358791060078437138" border="0" /></a><br /><br /><br />Minha angústia toda era falta de mar. Abri os braços e esse buraco manifestado em meu peito encheu-se da mais ondulada onda que essa imensidão pode parir, como um elegante e impolutíssimo modo de dizer: Venha cá galega, que você tá é em casa.Renatahttp://www.blogger.com/profile/10138329498804668123noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-31135119.post-80509434920650385902009-06-29T21:31:00.000-07:002009-06-29T23:10:31.475-07:00tucurana<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNdFQVfR8L4SNCSq56ikOWxuafd22jXTemzEDGrb-R_VJHF0nHYU1-gtxghcWaI3Ln83B4o-qucrWO1tjdPMHgLVAOlj8Yx7gsK7vl8qJW1UJPopTiFZkHfGv_LdnTW4g0qOI0/s1600-h/200px-AMAZON_SKIRT_981.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNdFQVfR8L4SNCSq56ikOWxuafd22jXTemzEDGrb-R_VJHF0nHYU1-gtxghcWaI3Ln83B4o-qucrWO1tjdPMHgLVAOlj8Yx7gsK7vl8qJW1UJPopTiFZkHfGv_LdnTW4g0qOI0/s320/200px-AMAZON_SKIRT_981.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5352984656698195442" /></a><br /><div><br /></div><div><br /></div><div> </div>Venha pra mim, venha, que hoje eu tô molinha, que hoje eu tô derretida inteira nas vitrine das tuas retina.. meu hômi, eu vou te bailá os joelho, te rezá uma prece de louvor aos dia que virão por nóis,às água todinha desse mundo que corre olho, corre perna, corre gente de dentro das casas pra ver nosso amor passá... Ói só, espia meus calcanhar nas tuas perna, minhas coxa no teu pandeiro, nosso sexo exposto nessa roda de baião... e tu nem sabe nêgo, que eu me danço por tua boca, que eu exibo aos óio de quem quiser olhar uma lasquinha do teu afeto, uma pontinha do teu desejo.<div> Me agarre de música, que são teus braço de santo,e me plante no ventre as nota dessa paixão desgarrada, essa perdição noturna dos teus querê de mim. Desce saia adentro, e eu giro,e giro, e giro... feito pomba endoidecida, eu me pouso no teu sonho feito prêmio de riqueza, e num cavalgar muito do majestoso, eu me lanço sertão adentro, igual fada de feitiço ruim,cantando as noite triste da tua maldita ausência,do sopro envenenado que me deste,bem no pé dos meus ouvido, e que ainda agorinha mermo me entoava a esperança de te emdançar mais uma vez.</div>Renatahttp://www.blogger.com/profile/10138329498804668123noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-31135119.post-70079158797478903942009-01-01T16:57:00.001-08:002009-01-01T17:30:00.997-08:00Gritando pra esses ventos todos pra que carreguem longe essa raiva enojada das pocilgas onde me enfio, dos malandros que atiço e da lama que carrego nos peitos. Vai-te embora,vaza, some com essa palhaçada que já cansou meus cachos de tantos caprichos em madeira de lei. Que se esvaiam em merda tudo que não tem valor, tudo que é pressa e ânsia, tudo que consome em mim o que não veste em flor de real. Tira as mãos de mim, que isso nunca te pertenceu, devolve minha saia e ponha-se escada abaixo, esquece minha janela e carrega contigo esse buquê de cravos roubados. Aproveita e leva contigo o que existe de podre em mim, toda essa nervura engordurada de sonho controlador que atravesso mares enjaulando, sem saber como libertar. Leva contigo a pequenez dos meus limites humanos, das amarras do meu espírito, da voz do meu corpo todo gritando "paz" aos tantos mares. Vai com teu navio fantasma, marinheiro em dor, e joga nas ondas do Pacífico esse tifo de choro sem rumo, essa febre amarela de fracasso, esses velhos ossos afogados de tantos pensamentos sem paixão.Renatahttp://www.blogger.com/profile/10138329498804668123noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-31135119.post-41279693033704642802008-06-07T22:07:00.000-07:002008-12-08T23:06:54.376-08:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgO5uveuy8E8iPhh-BQ_x1BUoJKGP5O-HZyqzhQtgPiZL0Wgmx3kxoIjnofmcg4EuCwbol5n7QESav5Zp2syr1LkVmNQCLFCib7QBSaFi1tNGzcnUbRx_znf-X_biYgy_dc7Xxn/s1600-h/alicerainha.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5209373054172705378" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgO5uveuy8E8iPhh-BQ_x1BUoJKGP5O-HZyqzhQtgPiZL0Wgmx3kxoIjnofmcg4EuCwbol5n7QESav5Zp2syr1LkVmNQCLFCib7QBSaFi1tNGzcnUbRx_znf-X_biYgy_dc7Xxn/s320/alicerainha.jpg" border="0" /></a><br /><div>Alice, a Rainha de Copas, e a mulher adulta em todas nós.</div>Renatahttp://www.blogger.com/profile/10138329498804668123noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-31135119.post-76381907882530316322008-04-05T21:13:00.000-07:002008-04-05T21:24:20.511-07:00dias amenosTem dias em que parece que todos os meus rostos vão explodir, bem assim, na minha cara. Essa carinha tão pouca, que tenho agora. Não por querer, por se fazer bastar; mas simplesmente por ficarem presas,gritando dentro de mim sem espaço para escorrer... e eu aqui, sufocada pelos próprios desejos de liberdade, assistindo meus lados pingando no chão.<br /><br /><br /><br />As grades se vão,cedo ou tarde, e toda minha água volta pra onde nunca vão conseguir escapar. Eu,nuvem. Eu,folha. Coração.Renatahttp://www.blogger.com/profile/10138329498804668123noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-31135119.post-13753292009327837082008-02-03T08:55:00.000-08:002008-02-03T08:58:21.658-08:00,interrompida.<div><br /></div><div><br /></div>Ventos ruins de querer ir embora, esperanca renascida em seios irreais e a vontade de não decepcionar a si mesmo. Confirmar-se fraco ao peito éo pior dos confortos.Renatahttp://www.blogger.com/profile/10138329498804668123noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-31135119.post-74207362185311076122007-10-21T13:24:00.001-07:002008-12-08T23:06:54.595-08:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTqQbnbQ63YEyKiswCAWnyYE7gQG4kVlom2vv5ctZ1AbN2H_x-cw8YxkuYZhu9HJYclcqP6D7vRM-11HM67jjheKH8PK7lV-90pX2rv6H8niRTitGghj3o9Xh7Jz9QzhWtRpDi/s1600-h/Oh%2520No%2520Cat.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5123889614138153906" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTqQbnbQ63YEyKiswCAWnyYE7gQG4kVlom2vv5ctZ1AbN2H_x-cw8YxkuYZhu9HJYclcqP6D7vRM-11HM67jjheKH8PK7lV-90pX2rv6H8niRTitGghj3o9Xh7Jz9QzhWtRpDi/s320/Oh%2520No%2520Cat.jpg" border="0" /></a><br /><div>descobri que quando as pessoas passam muito tempo sem lembrar de enfiar o dedo no nariz é porque elas andam realmente ocupadas.</div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><br /><br />ventinho passando de uma orelha à outra. E denoca é um dos 33 mais interessantes. Mais isso eu já sabia ;)<br /><div></div><br /><div></div>Renatahttp://www.blogger.com/profile/10138329498804668123noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-31135119.post-32082023512272317092007-10-07T15:43:00.000-07:002008-12-08T23:06:54.759-08:00X<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinguGrquJcCS8yGhq4qp8KQ408ejjzxmvLsyLh0FHHuM8uHgcZCR2K_a-YG_Vg6qc9Yqmqh_sOYb6nYOB-VE2P2sTgsPke65r-ojApdnogPb9b-xx7I6dJDhcskt2RbmfbApE9/s1600-h/CabAndSmoke.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5118734437907209122" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinguGrquJcCS8yGhq4qp8KQ408ejjzxmvLsyLh0FHHuM8uHgcZCR2K_a-YG_Vg6qc9Yqmqh_sOYb6nYOB-VE2P2sTgsPke65r-ojApdnogPb9b-xx7I6dJDhcskt2RbmfbApE9/s320/CabAndSmoke.jpg" border="0" /></a><br /><div></div><br /><div>Ploc! Uma bolha explodiu. De dentro dela, uma 'familiar sombra cinzenta' escorreu pelo chão e se fez virar poça de mijo...quente e repugnante. Um desgosto opaco de seus antigos brilhos- mas viva ainda em seus cortes- sangra meus dedos silenciosamente....até o dia em que eles simplesmente a param de tocar. Aí não tem mais chão, nem sangue, nem magia. Só uma próxima esquina, e outros novos cortes. E toques. E os passos levando sempre à frente, pra longe de corpo e água, enquanto sua urina desce pelo ralo rumo ao mundo cinzento do seu algum lugar.</div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div>vida de lan house= blog desatualizado e/ou texto descuidado. Mas para mim necessário, arrotos meus pros lados de cá. Enfim.</div>Renatahttp://www.blogger.com/profile/10138329498804668123noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-31135119.post-58767871371166018372007-08-30T11:35:00.000-07:002007-08-30T11:36:49.105-07:00l.a.r.Para as novidades de cá e de lá, eis a minha casinha:<br /><br /><br />Rua Marquês do Herval n° 688 apto 303<br />Centro - São Leopoldo<br />CEP 93010-200<br />RS<br /><br /><br /><br /><br />saudades, desejos de abraços e olhos para os novos. Supernovas.Renatahttp://www.blogger.com/profile/10138329498804668123noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-31135119.post-53972999243888817202007-08-06T20:24:00.000-07:002008-12-08T23:06:54.895-08:00rosa branca<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYMWpjD_IT_e8z1mgTicIERshdronxv24wXJsGY6pp_bG94dWcj5-BtmEB1isjTV-AQrh9Gzi4QxWUIcPga-qYiL4OMpYIfKncMTJuKW4qnhmvDi_9769z1KcwDhhtT0uJCOq9/s1600-h/cera.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5095794625663154642" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYMWpjD_IT_e8z1mgTicIERshdronxv24wXJsGY6pp_bG94dWcj5-BtmEB1isjTV-AQrh9Gzi4QxWUIcPga-qYiL4OMpYIfKncMTJuKW4qnhmvDi_9769z1KcwDhhtT0uJCOq9/s320/cera.jpg" border="0" /></a><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div>o que será </div><div></div><div>que você vai achar</div><div></div><div>quando me vir </div><br /><div></div><div> </div><div>de longe?</div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div> </div><div>e o que vai pensar</div><div></div><div></div><div></div><div> </div><div>quando sentir</div><div></div><div></div><div></div><div> </div><div>minha mão</div><div></div><div></div><div></div><div> </div><div>ao lado?</div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div>desimportâncias corriqueiras que mastigam o calcanhar. Fazer o quê não é mesmo, sejam elas (as respostas) o que forem. Mas pensar nisso me traz uma inquietude calada, porque agora sim eu creio que me verei</div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div> </div><div> </div><div> </div><div>de perto.</div>Renatahttp://www.blogger.com/profile/10138329498804668123noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-31135119.post-89422932883495273602007-07-15T09:01:00.000-07:002008-12-08T23:06:54.963-08:00Alháca<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXwvhy81tSbrYk4PAoXVE0nNsFZ9AIlmDPLjMdt6dSm3B-yJQEGpdt1zxTMRH0JGAVBK5BJpaxy-4tvzkzUq0WA7h7InrqeWlBRKi6Z1lJaexnWtrXgrRauOIq9PrBRi8xKhBR/s1600-h/124.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5087467363419870066" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXwvhy81tSbrYk4PAoXVE0nNsFZ9AIlmDPLjMdt6dSm3B-yJQEGpdt1zxTMRH0JGAVBK5BJpaxy-4tvzkzUq0WA7h7InrqeWlBRKi6Z1lJaexnWtrXgrRauOIq9PrBRi8xKhBR/s320/124.jpg" border="0" /></a><br /><div></div><br /><div></div><br /><div>Eu tenho um mundo só meu, onde minhas palavras preenchem os ares e se enroscam e se enlaçam. Nesse mesmo lugar, cuspo todas as imagens das minhas frases, num sonho imenso em que elas se plasmam e viram tantas coisas mais. Escrevo como a criança que sou, costurando as linhas do meu universo, que afinal é a única coisa que me vale. Me falta na vida aquele enxame de vivências, talvez o que falte mesmo seja o espírito de mestria, a leveza da mão certa... mas mesmo que essa verdade me olhe fundo nos olhos, eu preciso, Deus, disso aqui. Incompreendida ou não, a matriz dessa vida paralela espalha-se pelo corpo e invade tudo que encontra, fazendo-se mais real do que tudo que se julga 'verdade'. </div><div>Chega de saudade, amor, boemia ou loucura. Quero bradar minha normalidade extraordinária; cada ato simplório que os olhos de dentro digerem numa aura celeste e única, colorindo a amargura de se saber medíocre. Eu sou mais normal do que penso, sou mais banal do que sinto. E enquanto essas certezas ecoam pelas esquinas, eu chamo meu lado de dentro pra dançar, eu sacralizo minha própria inutilidade. Uma alienação tão doce e ao mesmo tempo consciente. Reverencio o mundo com minhas calças rasgadas no fundo e aceito de bom grado o gozo de vaias ou aplausos. Quero-os. Mas antes de tudo, eu quero Olhos em mim. Quero bocas cuspidas que me leiam a um fôlego só, feito saga nordestina cantada no miolo da Lata. Quero Quadernas, frenesis e o êxtase. A beleza do desespero em monólogo, a linha entre ele e a Loucura, minha dama Maior. A Insanidade, a quase perda, o pulo no muro dos Jardins da Razão. Um dia eu chego lá. E quando esse dia chegar, me renderei inteira à imagem mais linda que jamais existiu, abrirei muito as pernas para todas as cores que houverem naquela vida e soltarei a mão que me segura à esse mundo de nós todos. Voarei pra longe, enfim.E nunca mais vou lembrar de pousar.</div>Renatahttp://www.blogger.com/profile/10138329498804668123noreply@blogger.com15