Depois de partidos os laços com o lar, nenhuma terra te faz cativa, nenhuma relação é inesgotada. Para os que bailam as pistas, a esperança de uma nova viagem é o alimento do espírito, é o que dá alegria e firmamento pro dormir de cada dia. Eu respiro contente as minhas agruras, minhas lacunas, meus receios; pois eles, em todos os seus jeitos e tranças, compôem a magnitude de minha existência bandida e inexplicável, e me cerca de água quentinha os planos de ir-se novamente. Alguns me dizem fugitiva, outros corajosa. Mas o que eu sou mesmo é uma mulher-cavalo, uma andorinha, uma estabanada. Que meus dias na terra não se morram antes do meu corpo! Que o sangue sujo de galho e feno circule em mim por datas longas! Que a fé resista.
Luz aos nossos corações, todos nós.